Na faculdade com Léon

Uma longa e tempestuosa estrada

São muitas as dificuldades que um aluno enfrenta para realizar um projeto cultural na UFPB

Com centro de formação acadêmica, a UFPB deveria ser também um importante pólo de produção cultural no nosso estado. Deixando de lado o que seria o ideal, constatamos as inúmeras dificuldades que se encontram pelo caminho na realização desses projetos, variando da falta de recursos financeiros à carência de orientação e suporte técnico. É longa e dura a estrada para aqueles que resolvem se aventurar pelo caminho da cultura na nossa universidade.

Foi o que sentiu na prática o cineasta e aluno de Rádio e TV, Rodrigo Brandão. Envolvido na produção de um curta-metragem adaptado de um conto de sua autoria, ele pôde sentir como problemas burocráticos e financeiros podem vetar a realização de um projeto como esse. “A principal dificuldade encontrada é conciliar a produção do filme, que no momento é independente, com os estudos e o trabalho. Como temos prazos curtos para mostrar o que estamos produzindo para os editais e patrocinadores, estamos usando o nosso tempo livre e lidando com muita pressão e desgaste físico e emocional. Os nossos esforços atualmente estão voltados para conseguir verba para que possamos nos dedicar integralmente ao projeto”, fala Rodrigo.

Uma situação semelhante acontece com alunos do 4º período de Relações Públicas da UFPB. Como parte das atividades realizadas em uma das disciplinas do curso, eles realizaram um projeto de pesquisa e um vídeo. As dificuldades encontradas pelo grupo foram de origem diversa, mas o que mais pesou foi a falta de suporte técnico. Nesse ponto, os alunos reclamam da falta de equipamentos (câmeras de filmagem e máquinas fotográficas) assim como estúdios e locais apropriados para lidar com o material obtido - carência antiga do Departamento de Comunicação - sempre insuficientes na realização de atividades deste tipo.

Existem leis e projetos de incentivo à cultura dentro e fora da universidade. O Fundo de Incentivo à Cultura Augusto dos Anjos (FIC) é um exemplo deste tipo de iniciativa. Caso o projeto seja aprovado, ela contará com uma ajuda de custo de até R$ 100 mil. Muitas vezes, esse é o único incentivo para a realização dos projetos. A experiência no campo de atuação nos quais eles irão trabalhar depois de formados é extremamente valiosa.

Apesar de todas as dificuldades, a criatividade ainda persiste. O cineasta Rodrigo Brandão nos dá sua opinião sobre esse assunto. “É enriquecedor encontrar soluções viáveis mais simples e de beleza e significação até superiores ao que teríamos com um grande orçamento. Os alunos de Comunicação Social estão cada vez mais engajados na produção local de curtas de ficção e documentários. Muito material interessante têm sido produzido nesse contexto”