Como estou cursando a disciplina de Crítica Cinematográfica, é sempre uma desculpa parar para ver e analisar - e comentar aqui - os mais variados tipos de filme. Como cinéfilo confesso, eu odeio isso. ;) Na semana passada, assistimos uma verdadeira pérola da sétima arte.
Ladrões de Bicicleta (Ladri di biciclette, 1948) é um dos filmes integrantes do Neo-Realismo, movimento originário na Itália na década de40 que contava histórias da gente simples afetada pelo drama da guerra, ou então resistências durante a mesma. O neo-realismo possui alguns dos melhores filmes da história do cinema. Além desse filme, temos Roma, Cidade Aberta (de Roberto Rossellini, com roteiro do Fellini), Obsessão e A Terra Treme (ambos de Luchino Visconti) são outros clássicos inesquecíveis presentes no movimento. Quem dirige Ladrões de Bicicleta é Vittorio de Sica, o mesmo por trás das lentes de Milagre em Milão e O Teto.
O filme conta a história do desempregado Ricci, cuja bicicleta lhe é roubada no primeiro dia de trabalho. Sem ela, que é instrumento de trabalho, ele perderá o empregoe não terá como sustentar a família. A partir daí, ele entrará numa luta desesperada em busca da bicicleta roubada, ou do que ela significa: a sobrevivência da sua família. O cinema italiano renasce das ruínas da II Guerra Mundial situações do dia-a-dia, personagens comuns vividos por atores não-profissionais, filmagens nas ruas, sem recursos de estúdio, no melhor estilo documental. Uma obra-prima com argumento de Cesare Zavattini, fiel colaborador de De Sica. Esse filme obteve o Oscar de melhor filme estrangeiro e muitos outros prêmios, sendo aclamado até hoje. Imperdível!
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